Projetos já estão sendo discutidos ao redor do mundo.
A empresa australiana AVZ Minerals está à frente de um projeto que promete impulsionar o mercado mundial de baterias. A mineradora decidiu transformar uma mina remota e centenária da República Democrática do Congo em fornecedora de lítio, necessário para mover carros elétricos. Após a divulgação do projeto, as ações da empresa subiram 1.300%, de acordo com informações da Agência Bloomberg.
Além da AVZ, outras empresas estão de olho no boom de baterias recarregáveis. Elas buscam depósitos no Reino Unido, Alemanha, Mali e até no Afeganistão. “Há uma corrida pelos depósitos, uma demanda que parece muito impressionante. A questão, como sempre, é a oferta”, disse Paul Gait, analista da Sanford C. Bernstein em Londres. Na pressa para atender a demanda existe o risco de que muitas minas sejam exploradas e muito metal seja fornecido, disse Gait. “Quando a maré recuar, quem não tiver uma boa geologia não estará à altura da situação”, concluiu.
Segundo informações da Bloomberg, o preço do lítio subiu muito devido ao aumento da demanda por baterias de íon-lítio, utilizadas em veículos elétricos e sistemas de armazenamento de eletricidade. Estimativas da Bloomberg New Energy Finance, dão conta de que até 2040, veículos eletrônicos representem mais da metade das vendas de carros novos no mundo.
Para colocar os planos em prática, a AVZ precisa demonstrar que a extração de lítio é viável economicamente, além de reabilitar uma usina elétrica antiga para atingir a produção e construir mais de 600 quilômetros de estradas para conectar a mina com a capital regional de Lubumbashi para exportar. Segundo a Bloomberg, já há investidores interessados em se associar ao empreendimento, como a chinesa Zhejiang Huayou Cobalt, uma das maiores refinarias de cobalto do mundo.
A produção global de lítio aumentou cerca de 12% em 2016. As baterias representaram 39% do consumo, segundo o Serviço Geológico dos EUA. A Austrália foi o maior produtor no ano passado, mas os recursos da Argentina e da Bolívia (9 milhões de toneladas, cada) e do Chile, 7,5 milhões de toneladas, foram ainda maiores.
Com informações da Bloomberg.