Enquanto Chile se prende em questões jurídicas, Macri investe em políticas expansionistas e alavanca o setor.
Desde que assumiu a presidência da Argentina, Maurício Macri tem buscado posicionar a Argentina no mercado internacional da mineração, e suas ações podem diminuir o potencial do país vizinho, o Chile. Macri foi eleito com promessas de inovação e mudanças. Dois anos depois, sua campanha tem sido validada em ações como os investimentos em infraestrutura e mineração, impulsionando o setor no país.
Ao longo das últimas duas décadas, o Chile tem se mostrado um grande competidor global no setor mineral com destaque para a produção de cobre, na qual é líder, e de lítio. Entretanto, desde 2014, a economia chilena desacelerou, principalmente com oscilações no valor do cobre, e o país pode estar perdendo espaço para Argentina, enquanto trava o setor com questões jurídicas.
Macri tem buscado se desfazer de políticas protecionistas e atrair investidores externos. Uma das novas medidas do presidente argentino é a realização de ajustes em uma lei do país que protege geleiras andinas. Segundo o jornal Lá Nación, caso a mudança seja feita, cerca de US$ 18 bilhões poderão ser investidos em projetos paralisados na região.
Um projeto de mineração que tem ganhado força na Argentina é o Pascua-Lama que se estende nas fronteiras norte do país e também do Chile para a exploração de ouro. No Chile, o projeto está parado devido à questões jurídicas, enquanto no território argentino ele avança com uma parceria feita com a empresa Shandong Gold Mining. Segundo a Infomoney, a mineradora já está se preparando para começar as perfurações ainda em novembro.
Com a procura cada vez crescente por lítio, a Argentina também está se esforçando para melhorar sua oferta. A Argentina está fazendo o possível para impulsionar as operações de lítio de empresas como a Orocobre. O país pode ultrapassar a produção chilena, que tem as maiores reservas do mundo.
No Chile, o lítio é classificado como um mineral estratégico e para ser extraído é necessário que as empresas tenham autorização da Comissão de Energia Nuclear, como é o caso da Sociedade Química e Mineira do Chile (SQM) que enfrenta processos jurídicos com as autoridades para explorar o metal.