Movimento Mulheres na Mineração trabalha por maior espaço e oportunidades

O protagonismo feminino é um dos objetivos da Nexa. Mineradora quer empregar 50% de mulheres no projeto Aripuanã (MT) - Foto: Nexa / Divulgação.

Objetivo do movimento é ampliar dos atuais 13% para 30% o espaço ocupado pelas mulheres no setor mineral.

O movimento “Women in Mining” é uma iniciativa canadense da qual o Brasil também faz parte, por meio da adesão de 20 companhias do setor. O principal objetivo do programa é chegar a 30% de colaboradoras no setor da indústria mineral até 2030. Atualmente, são 13%.

De acordo com o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Flávio Penido, será divulgado em abril um relatório no Brasil, após um ano de atividades do Women in Mining Brasil (WIMBRASIL). “A pesquisa foi realizada entre novembro de 2020 e fevereiro deste ano e esperamos que os resultados inspirem mais empresas a adotar métodos concretos para abrir espaço corporativo para as mulheres. Hoje, elas são 44% do mercado de trabalho, sendo apenas 13% no setor de mineração. Queremos encorajar as mulheres para que possam alcançar melhores postos hierárquicos”, afirmou.

O vice-ministro assistente para as Américas, Michael Grant, enfatizou que empoderar as mulheres é a melhor forma de criar um futuro próspero. “O Canadá está comprometido em promover a inclusão no mundo corporativo para aumentar a participação de mulheres canadenses no mercado. Trabalhamos com uma política de abordagem feminista, inclusiva e de respeito aos direitos humanos”, ressaltou.

Boas Práticas

Segundo a presidente do Comitê de Diversidade e Inclusão da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC), Jamile Cruz, o engajamento do governo canadense e do Ibram em atrair e promover mulheres na mineração brasileira também tem alterado o panorama da cadeia produtiva do setor. “A proposta é criar um ambiente em que todos possam ser respeitados, se engajar e que as empresas e suas cadeias de suprimentos se comuniquem para permitir essa participação”, apontou.

Em 2020, a Nexa Resources criou o grupo Empodera, que desenvolve ações internas para aumentar a representação e desenvolver as carreiras das mulheres. Além de adaptar toda a infraestrutura para servir à uma população de 50% de mulheres nas plantas, a empresa criou um Comitê de Assédio Sexual. Também está analisando a porcentagem salarial de diferença entre homens e mulheres e tem um projeto especial de acompanhamento para as grávidas, que culminou na ampliação da licença maternidade de 98 para 180 dias. Há também uma atenção especial para a cadeia de suprimentos plural e incentivo ao empreendedorismo feminino.

De acordo com a conselheira geral da Nexa, Renata Penna, a inclusão de mulheres é uma prioridade para os negócios e para o projeto de construção da mineração do futuro. “A diversidade traz uma transformação positiva”, afirmou.

A chefe de pessoal da Vale, Francinne Hansen, diz que a companhia também está engajada no mesmo propósito desde 2019, quando iniciou uma mudança da sua cultura de negócios. Para tornar o ambiente mais atrativo, a companhia preparou sua liderança previamente, mudou uniformes, equipamentos de segurança entre outros, para criar um local favorável para a presença de mulheres.

“Tivemos um 2020 maravilhoso em engajamento, focalização e atenção, com bons resultados na nossa força de trabalho. Fizemos campanhas de atração focadas em mulheres e campanhas internas para esse público na indústria mineral”, listou a chefe de pessoal da Vale, Francinne Hansen.

A Kinross Gold Corporation também tem sido desafiada a criar uma cultura inclusiva e a ensinar seus líderes sobre o que isso significa para os negócios. “Temos muito trabalho a fazer ainda. Parte importante de avançar é assumir responsabilidades. A cultura da inclusão tem que ser bem explicada, principalmente para as lideranças”, recomendou a vice-presidente de Recursos Humanos, Kathleen Grandy.

Já a Yamanna Gold tem um projeto direcionado para a cadeia de suprimentos, com foco na inclusão de fornecedores locais, entre os quais, mulheres para as quais é oferecida a oportunidade competitiva de mostrar seus negócios. A Yamana também abriu um Fórum de Sustentabilidade de Mulheres, para deixar um legado para o futuro.

A vice-presidente responsável por toda a cadeia de suprimentos e aquisições da Yamana Gold, Cristina Bertoni, é a mulher que está à frente desse movimento na companhia. “Entrei para a Yamana em meio a uma jornada variada de transformações, onde a diversidade e a inclusão sempre começam pelo topo. Hoje, 40% das cadeiras do Conselho são de mulheres e na alta cúpula somos 36%. Compreendemos que toda base para ter sucesso e inclusão tem que ser feita pela alta cúpula e está a nosso cargo promover as discussões”, reconheceu.

 

Por Assessoria de Imprensa do Ibram.