Conferência: estudos marcam parceria entre Brasil e Alemanha

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Diretor-presidente Esteves Colnago destacou na abertura da Conferência Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Minerais os cinco anos de atuação conjunta em projetos estratégicos.

Teve início nesta quarta-feira (18/08) a 6ª Conferência Brasil-Alemanha de Mineração e Recursos Minerais, promovida pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK). Desde 2016, a conferência é o principal evento de relacionamento da mineração brasileira e alemã, e neste ano conta com debates e painéis dinâmicos. O evento teve participação de autoridades dos dois países, incluindo o diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), Esteves Colnago.

O diretor-presidente do SGB-CPRM lembrou que a parceria da empresa com a Agência Alemã de Recursos Minerais (DERA) completa cinco anos e já mostra ótimos resultados. “Começando pela excelente interação entre as equipes envolvidas nos projetos. O projeto Identidade Mineral da Província Estanífera de Rondônia marca o início dessa importante parceria.

Diretor-presidente do SGB-CPRM, Esteves Colnago – Foto: Divulgação.

Colnago também lembrou que estudos geometalúrgicos desenvolvidos na Alemanha resultaram em recomendações e orientações técnicas para o melhor processamento do minério de estanho. O Projeto Biocobalt, em fase de conclusão, e o Projeto BioProLat consolidam estes cinco anos como um período de intensa atividade e produtividade”, disse.

O presidente destacou ainda que os compromissos assumidos no Projeto BioPorLat terão apoio do Programa Plataforma P3M (em desenvolvimento pelo SGB/CPRM), tendo por objetivo auxiliar empresas, investidores e agentes públicos no Planejamento da Pesquisa e da Produção Mineral no Brasil.

De acordo com o diretor-presidente do SGB-CPRM, os objetivos dos projetos em desenvolvimento com a DERA, assim como com as demais instituições envolvidas, são para contribuir para o melhoramento do fornecimento sustentável e seguro de matérias-primas, incluindo uma redução no desperdício, águas residuais e geração de emissões e uma melhor recuperação de recursos de matérias-primas.

O Dr. Herwig Marbler, da DERA, lembrou da importância dos recursos minerais do Brasil para a indústria Alemã. O país europeu gasta 80 bilhões de euros na importação de metais e minerais industriais; em 2019, o Brasil contribuiu com 4% de toda a importação alemã de recursos minerais.

Gráfico mostra as importações alemãs de matérias-primas minerais do Brasil: a principal é o nióbio.

A mineração foi o principal item da economia no último trimestre de 2020, acima inclusive do agronegócio. De acordo com Lilia Mascarenhas, secretária de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), o país está com um movimento robusto de expansão do setor: no ano passado, o valor de produção da mineração brasileira atingiu os R$ 209 bilhões, e já alcançou R$ 149 bilhões no primeiro semestre de 2021. O crescimento já gerou mais de 11 mil empregos neste ano, contra os 5 mil em 2020.

Lilia destacou também o Programa Mineração e Desenvolvimento instituído pelo MME em 2020, com a proposta de estender qualitativa e quantitativamente o setor mineral no Brasil. “Mas sem abrir mão, em nenhum momento, da sustentabilidade”, afirmou. O projeto Patrimônio Mineral Brasileiro compreende 15 metas e é a principal interface do Serviço Geológico do Brasil no Plano.

No painel de abertura, o presidente da AHK, Manfredo Rübens, destacou que, mesmo com a pandemia de Covid-19, o setor de mineração desempenhou um papel muito importante na economia brasileira em 2020. A quantia movimentada no ano passado representa uma alta de 36% em relação a 2019. “Esses números evidenciam a importância de eventos como a nossa conferência para o crescimento do setor e compartilhamento de boas práticas”, disse Rübens.

De acordo com o Dr. Markus Utsch, chefe de divisão adjunto no Departamento de Política Internacional de Matérias-Primas do Ministério Federal de Economia e Energia da Alemanha, o fato de a conferência estar acontecendo pela 6ª vez mostra que o foco está sendo nos temas importantes, propiciando uma plataforma de intercâmbio central para as chances de cooperação entre os dois países.

Apenas 4,3% do território brasileiro é mapeado na escala apropriada de 1:50.000, o que alerta para necessários avanços na pesquisa geológica, lembrou Flávio Penido, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). “Isso demonstra um enorme potencial para o Brasil, que já é um grande produtor mundial, e uma grande capacidade de crescimento”, afirmou.

O diretor-presidente do IBRAM informou que o Brasil prevê o investimento de 30 bilhões de dólares no setor durante os próximos cinco anos, compreendendo não apenas instalações, mas também equipamentos e outros investimentos.

“O Brasil é uma potência no agronegócio, entretanto é um dos grandes importadores de substâncias para fertilizantes”, afirmou Penido, reforçando o desafio que o país precisa vencer nos próximos anos para produzir esses insumos.

Segundo Penido, o SGB-CRPM atua para que o Brasil se torne cada vez mais independente na produção dos fertilizantes, realizando pesquisas sobre minerais como fosfato e potássio.

Atualmente, o país tem 6 projetos envolvendo fertilizantes, com investimentos da ordem de 2 bilhões de dólares. Penido reforçou que os projetos são totalmente integrados com as práticas ESG – Ambiental, Social e Governança.

 

Por Assessoria de Comunicação do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).

 

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