Os recursos serão direcionados para a compra de madeira e plantio de florestas. A captação também servirá para o fortalecimento do caixa da companhia.

A Aço Verde do Brasil concluiu a captação de R$ 400 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). A emissão foi realizada em duas séries, de R$ 337,5 milhões e R$ 62,5 milhões, tendo vencimentos de sete e dez anos respectivamente. O processo foi iniciado em maio, concluído na primeira semana de julho com coordenação do Itaú BBA e XP. Os papéis foram oferecidos para investidores qualificados.

A emissão da AVB apresenta como particularidade o fato de uma indústria siderúrgica realizar a transação com recebíveis do agronegócio. CRA é um título de renda fixa que atende negócios relacionados a produtores rurais ou cooperativas do setor do agronegócio estimulando e financiando a comercialização, beneficiamento ou industrialização de insumos ou máquinas e implementos utilizados exclusivamente na produção agropecuária.

A vinculação dos certificados agrícolas para uma indústria de aço é possível porque a empresa utiliza a rota de produção integrada à base de biocarbono, ou seja, uma biomassa renovável, ao invés do consumo de combustíveis fósseis, como o coque (oriundo do carvão mineral), sendo certificada com emissão zero de carbono.

Parte do valor captado será investido no plantio de florestas de eucalipto e aquisição de lenha e para atingir gradualmente a atual capacidade instalada de 600 mil toneladas de aços longos por ano.

Silvia Nascimento, CEO da Aço Verde do Brasil, destaca que a grande procura pelos CRAs da AVB atendeu a expectativa dos stakeholders quando foi realizada a emissão. “Somos a primeira siderúrgica do mundo reconhecida a produzir aço carbono neutro. O movimento dos investidores hoje é de buscar e valorizar empresas que atendam os pilares ESG e demonstrem esse crescimento consistente. Perfil totalmente alinhado à AVB”, explica.

No 1º trimestre de 2022 a empresa obteve recorde na receita líquida de quase R$ 370 milhões, crescimento de 29% no volume de vendas em relação ao 1º trimestre de 2021 e 10,3% em relação ao 4º trimestre de 2021. A captação de R$ 400 milhões não altera o nível de alavancagem da companhia, uma vez que os valores ampliarão os recursos já disponíveis em caixa.

Aproximação com o mercado

A primeira emissão de CRA da AVB no mercado de capitais foi realizada em maio de 2021 no valor de R$ 250 milhões. Os recursos também foram usados para fortalecer o caixa da companhia, com utilização para compra de produtos agrícolas, plantio e produção de madeira. Naquele ano, os resultados obtidos foram recordes: R$ 1,4 bilhão e crescimento de 57,4% em receita líquida.

Também em 2021, no mês de novembro, a AVB recebeu da Comissão de Valores Imobiliários (CVM) o registro na categoria B. “Esses números expressivos são resultados da nossa produção verticalizada e eficiência em processos produtivos, além de outras tecnologias que nos posicionam como um diferencial no setor siderúrgico no mundo”, ressalta Gustavo Bcheche, Diretor Financeiro e de Relação com Investidores da AVB.

A entrada na CVM e os recentes processos de emissão de dívidas são parte da jornada da empresa que tem a expectativa de fazer o IPO em algum momento de sua jornada. “Estamos em um processo de aprendizado e aproximação com o mercado. Além disso, há o comprometimento da direção e do conselho da AVB, consolidando ainda mais o ambiente de governança indispensáveis para esse objetivo”, finaliza Bcheche.

 

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