Já a receita líquida foi de US$ 9,9 bilhões, recuo de 19,5% na comparação com 3T21, devido à baixa na cotação do minério de ferro.

A Vale reportou, na noite desta quinta-feira (27/10), o lucro líquido de US$ 4,45 bilhões no terceiro trimestre de 2022 (3T22), alta de 14,6% na comparação com o mesmo período do ano passado (3T21) e ficando acima do consenso do mercado, que era de US$ 2,7 bilhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado proforma de operações continuadas foi de US$ 4,002 bilhões, quedas de 43,4% em relação ao 3T21 e 27,6% na comparação ao 2T22.

A receita líquida foi de US$ 9,9 bilhões, recuando 19,5% na comparação com 3T21 (US$ 12,33 bilhões) e 11% em relação ao trimestre anterior (US$ 11,15 bilhões).

Segundo a empresa, o recuo da receita se deu acompanhando a baixa do minério de ferro, com o preço referência da tonelada do refinado 62% saindo de US$ 162,9 entre julho e setembro de 2021 para US$ 103,3.

“A participação de produtos premium nas vendas totais totalizou 78% no 3T22. O prêmio de minério de ferro totalizou US$ 6,6 por tonelada, ante US$ 7,3 no segundo trimestre deste ano”, explica a companhia no documento publicado nesta quinta-feira.

Metais básicos

No setor de metais básicos, a receita líquida saiu de US$ 780 milhões no 3T21 para US$ 1,25 bilhão no 3T22, com destaque para o faturamento com níquel, que saiu de US$ 765 milhões para US$ 954 milhões. O preço médio do níquel saiu de US$ 18.211 por tonelada para US$ 21.672 por tonelada na em relação ao ano anterior.

“O preço realizado do níquel caiu 17% na base trimestral principalmente em razão da queda de 24% no preço médio do níquel da LME. Este efeito foi parcialmente compensado pelo aumento de 90% no prêmio médio agregado de níquel, atribuído majoritariamente a maior proporção de produtos Classe I Superior no mix de vendas, conforme as refinarias voltaram a operar no Atlântico Norte e aos maiores prêmios para produtos Classe I Superior em razão de aumento da demanda por material não originado da Rússia”, explica a Vale.

Nas operações de cobre, a receita caiu de US$ 516 milhões (3T21) para US$ 460 milhões (3T22). Apesar do maior volume de produção e venda, o preço médio realizado recuou 18%.

Despesas

A Vale também viu suas despesas operacionais, que envolvem gastos com vendas, pessoal e outras, ficarem em US$ 765 milhões no 3T22, ante US$ 606 milhões 3T21. As despesas relacionadas a Brumadinho foram as que mais cresceram, saltando de US$ 161 milhões para US$ 336 milhões.

Apesar da menor receita e dos maiores gastos, a mineradora viu seu lucro líquido avançar, devido ao seu resultado financeiro, que foi positivo de US$ 2,3 bilhões, ante prejuízo de US$ 350 milhões no 3T21.

A Vale fechou setembro com uma dívida líquida de US$ 6,9 bilhões, crescendo na comparação com os US$ 2,2 bilhões do mesmo período de 2021. A dívida bruta da companhia, contudo, saiu de US$ 13,5 bilhões para US$ 12,2 bilhões.

“Nosso desempenho operacional no trimestre foi sólido em todo o nosso portfólio,
com a produção de minério de ferro atingindo 90Mt e os volumes de níquel e cobre aumentando consideravelmente. Enquanto o mundo enfrenta crescentes pressões inflacionárias, continuamos focados na disciplina de custos e na melhoria da confiabilidade operacional”, destacou o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeu.

 

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