Mineradoras criam quase 5 mil postos de trabalho no semestre e devem investir mais de US$ 50 bilhões em novos projetos até 2027.
O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) apresentou os números do primeiro semestre de 2023 (1S23) do setor mineral, nesta quarta-feira (19/07). Segundo o relatório, o faturamento e o recolhimento de tributos da indústria da mineração apresentou crescimento de 6%, na comparação com o 1º semestre de 2022 (1S22).
O faturamento no semestre foi de R$ 120 bilhões (ante R$ 113,2 bilhões no 1S22) e o recolhimento de tributos e encargos alcançou R$ 41,4 bilhões. Já as exportações de minério de ferro caíram 9% (em dólar), devido à queda nos preços das principais commodities minerais, como o minério de ferro, que caiu 15%.
A indústria da mineração também está gerando mais empregos diretos. De janeiro a maio deste ano foram quase 5 mil vagas. Retroagindo a janeiro de 2021, o total até maio deste ano supera 18 mil vagas diretas. Atualmente, o setor emprega mais de 206 mil pessoas e, indiretamente, são mais de 2 milhões de empregos gerados.
“A perspectiva é que, ao longo de 2023, o resultado dessa indústria se mostre mais favorável do que o registrado em 2022”, informa o diretor-presidente, Raul Jungmann, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
Faturamento por estado
Os estados mineradores, à exceção do Pará, observaram elevação no faturamento com a atividade mineral no 1S23 na comparação com o 1S22. O estado com maior faturamento, Minas Gerais, registrou elevação de 12%, saltando de R$ 45,2 bilhões para R$ 50,5 bilhões.
Já São Paulo teve elevação de 22%, passando de R$ 3,6 bilhões para R$ 4,4 bilhões. O crescimento no Mato Grosso foi de 19%, de R$ 2,9 bilhões para R$ 3,5 bilhões. A queda no Pará foi de 4%: de R$ 41,4 bilhões para R$ 39,8 bilhões, em razão da variação no total produzido no 1º trimestre, por causa de chuvas e outros fatores influenciadores da produção.
Segundo o Ibram, MG ampliou sua participação no faturamento/país de 40% para 42% e o PA observou redução de 37% para 33% na comparação entre os primeiros semestres de cada ano. Em compensação, o PA receberá o maior volume de investimentos até 2027: 32,1%.
Entre as substâncias minerais, destaque para o minério de ferro, que elevou o faturamento em 3%, de R$ 68,3 bilhões para R$ 70,1 bilhões. O cobre permaneceu estável com R$ 7,9 bilhões.
A variação positiva do faturamento do segmento calcário dolomítico foi de 36% (de R$ 3 bilhões para R$ 4,1 bilhões), o da bauxita foi de 18% (de R$ 2,6 bilhões para R$ 3,1 bilhões). Já o ouro apresentou decréscimo de 3%, com redução de R$ 11,6 bilhões para R$ 11,2 bilhões.
Mineração aumenta recolhimento de impostos
A arrecadação de tributos e encargos também se elevou: de R$ 39 bilhões para R$ 41,4 bilhões, um crescimento de 5,9%, sendo 1,9% de crescimento referente ao recolhimento da CFEM, contribuição do setor sobre a produção mineral.
Investimentos do setor mineral até 2027
O setor mineral mantém a projeção de US$ 50 bilhões de investimentos até 2027. Destacam-se os investimentos para o minério de ferro (34%), socioambientais (13%), fertilizantes (10%), bauxita (10%), cobre (9%) e logística (9%).
Estão também previstos investimentos para a produção de outros minérios cruciais para a transição energética, como terras raras, titânio, vanádio, lítio, além de zinco, ferro, cobre, bauxita e níquel.
Além do PA, que receberá 32,1% dos investimentos até 2027, serão destinados 26,3% para MG e 23,6% para a Bahia.