Ônibus com bateria inédita no mundo visa o transporte público

A motorista da CBMM, Lucélia Borges, passou por treinamento para realizar a primeira viagem do e-bus | Crédito: Wilson Santos

Uma mulher foi responsável por conduzir o primeiro e-bus do mundo, movido por bateria elétrica produzida, no Brasil, com óxido de nióbio e titânio. Lucélia Borges, de 43 anos, está há pouco mais de dois anos na CBMM e foi treinada para conduzir o protótipo com a novidade tecnológica, levando, na primeira “viagem”, além dos executivos da mineradora, da Volkswagem Caminhões e da Toshiba, o governador Romeu Zema e outras autoridades.

A motorista citou características diferentes do veículo, que não possui caixa de marchas, que são acionadas por meio de um botão abaixo do volante. Uma câmera traseira mostra todo o movimento na retaguarda do ônibus. “É um equipamento totalmente seguro, ecológico e maravilhoso de se dirigir. Para mim é uma honra estar aqui representando toda a classe feminina”, afirmou

A nova tecnologia do veículo dirigido por Lucélia ainda depende de homologação. O ônibus foi pensado, num primeiro momento, para atender ao transporte coletivo, circulando em corredores de tráfego, contribuindo para a mobilidade urbana sustentável. De acordo com as informações divulgadas pelas empresas durante o lançamento do protótipo, a bateria terá, em média, 60 quilômetros de autonomia, marca superior a 90% das rotas metropolitanas do transporte público no Brasil. A fase de testes pode incluir parcerias com prefeituras para avaliar o desempenho. 

Crédito: Divulgação

Mais projetos para nióbio

Foi há dez anos que a CBMM levou à Toshiba a proposta de uma bateria elétrica para ônibus com uso do nióbio. Agora, com a entrada na fase de testes do ônibus movido pela tecnologia inédita, os executivos das três parceiras no negócio fizeram questão de destacar as vantagens da nova bateria: durabilidade da carga, carregamento ultrarrápido e segurança – o baixo aquecimento evita explosões e incêndios. 

Na sua estratégia de ampliar a absorção do nióbio pelo mercado, a CBMM atualmente trabalha em cerca de 40 outros projetos para uso de baterias similares à apresentada na sua planta de Araxá.  Segundo o CEO da mineradora, Ricardo Lima, entre as aplicabilidades estudadas estão as áreas de marítima e de mineração (frotas de caminhão e equipamentos).

Quando, em 2017, a Toshiba confirmou a viabilidade de produção da bateria, a CBMM já estruturou um projeto para produção de três mil toneladas de óxido de nióbio por ano: investiu R$ 400 milhões numa nova planta, também em Araxá. A unidade será inaugurada ainda neste ano, como confirmou o CEO da mineradora. 

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