Com a meta de capacitar 400 pessoas refugiadas para o mercado de trabalho até 2027, a Belgo Arames reforça o compromisso com o Fórum Global de Refugiados de promover programas de treinamentos focados em processos de recrutamento, direitos e deveres dentro da legislação trabalhista brasileira.
Além disso, a empresa está comprometida em trazer temas sobre a cultura nacional, para contribuir com a empregabilidade de migrantes em situação de vulnerabilidade ou refúgio no Brasil.
A iniciativa será conduzida pelo grupo de trabalhadores voluntários e aliados da Belgo Além das Fronteiras, e vai oferecer capacitações nas cidades de Contagem, Sabará, Itaúna, em Minas Gerais, Feira de Santana, na Bahia, em Osasco e Sumaré, em São Paulo e em municípios próximos.
Em 2023, apoiou a pesquisa inédita “Mercado de trabalho para pessoas refugiadas no Brasil”, realizada para a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) em parceria com a Colettivo, divisão para diversidade e inclusão da Vagas.com e Fórum Empresas com Refugiados, que identificou que, das 289 pessoas refugiadas participantes, mais da metade (55,7%) estava desempregada.
Atualmente a Belgo emprega 21 migrantes em situação de vulnerabilidade ou refúgio do Haiti, Venezuela, Colômbia e Angola, em suas nove unidades no Brasil. Charles Henry Dorvil é um desses profissionais. O haitiano chegou ao Brasil em 2016 e, durante a sua primeira experiência profissional no país, chegou a fazer uma jornada laboral de até 15h diárias, com o descumprimento de férias ou horários de descanso segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
“Trabalho na empresa desde 2022 e no primeiro ano já fui promovido. Tenho escala de trabalho com descanso, folgas definidas e tiro férias. Pude viajar para Caldas Novas (GO) com minha família e já consegui comprar minha casa”, conta.
O assistente de produção define a empresa como sua segunda casa devido ao acolhimento que recebeu desde o início. “Sinto que tenho oportunidades iguais e que não enfrento preconceitos por ser estrangeiro. Gosto de falar que, quando a gente não trabalha, não existe liberdade. Se eu não trabalhar, não tenho direito de escolher. Ter oportunidade de um trabalho digno no país que me recebeu me permite reconstruir a minha história, ter a minha liberdade de volta.”
Para a gerente de diversidade, inclusão e responsabilidade social da Belgo Arames, Luciana Macedo, a empresa adota uma política de inclusão desde o processo seletivo, para que esse público se sinta acolhido e em um lugar seguro.
“Nós sabemos que essas pessoas não tiveram opção ao deixar seus países, por isso, estamos de braços abertos para entender suas necessidades. Incluir pessoas refugiadas significa a chance de conhecer culturas diferentes, alimentar o senso de empatia nas equipes e fomentar a inovação dentro da empresa”, afirma.
A Belgo também oferece acesso gratuito a um curso de português e teste de proficiência no idioma, em parceria com a PUC Minas, e se aproxima de outras organizações como a Acnur e o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados, além de ser signatária do Fórum Empresas com Refugiados.
Em parceria com a agência da ONU, por exemplo, distribui um kit de comunicação em português priorizando frases do dia a dia, em situações que envolvem a família e tarefas, como uma ida ao banco. “As pessoas contratadas recebem apoio e ambientação de um líder direto que é uma referência para a sua adaptação e crescimento profissional”, reforça Luciana Macedo.