O setor mineral brasileiro registrou um faturamento de R$ 270,8 bilhões em 2024, representando aumento de 9,1% na comparação com o ano anterior. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) nesta quarta-feira (05/02).
O relatório mostra, ainda, que o minério de ferro foi responsável por 59,4% do faturamento anual, somando R$ 160,7 bilhões, valor 8,6% superior do que o de 2023. Em seguida, o ouro respondeu por 8,8% do faturamento do setor mineral, totalizando R$ 23,9 bilhões em 2024, enquanto o cobre somou R$ 20,3 bilhões, representando 7,5% do faturamento total.
Entre os estados, Minas Gerais liderou o faturamento anual respondendo por 40% do total (R$ 108,3 bilhões), seguido pelo Pará com 36,1% (R$ 97,6 bilhões) do faturamento, São Paulo com 3,8% (R$ 10,3 bilhões), Bahia 3,7% (R$ 10,1 bilhões) e Goiás 3,6% (R$ 9,6 bilhões).
Os empregos também cresceram em 2024. De janeiro a novembro foram geradas 8.703 novas vagas, resultando em 221.696 empregos diretos na indústria extrativa mineral, segundo o Novo Caged.
O saldo da balança comercial mineral cresceu 9,2%, chegando a US$ 34,9 bilhões em 2024 e, de acordo com o Ibram, representou 47% do saldo comercial brasileiro, que por sua vez, caiu 24,6% no ano passado.
As exportações do setor mineral somaram 402,39 milhões de toneladas, um aumento de 2,6% em volume, se comparado ao resultado de 2023, totalizando cerca de US$ 43,4 bilhões, aumento de 0,9%.
As importações minerais caíram 23% em dólares, totalizando US$ 8,5 bilhões, e 1,6% em volume, totalizando 41,2 milhões de toneladas.
“A queda na importação surpreendeu, resultado da alta do dólar, que inibe ou adia as importações. O outro fator foi a guerra Ucrânia-Russia. Quando o conflito foi deflagrado, houve antecipação de compras em 2023”, disse o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, citando carvão e fosfato.
Em coletiva, Raul Jungmann externou a preocupação do setor com o veto do governo federal ao projeto da reforma tributária (PLP 68/2024) que restabeleceu a incidência de imposto seletivo sobre as exportações minerais.
Para o Ibram, o veto “vai na contramão das necessidades da economia e da competitividade da mineração brasileira e, com o imposto seletivo, o Brasil perde a oportunidade estratégica de estimular, em vez de encarecer, sua mineração, que, em 2024, recolheu R$ 93 bilhões em tributos”.
Para Jungmann, a expectativa é de que as lideranças do Congresso Nacional reavaliem a questão e concordem em derrubar o veto, eliminando o risco do imposto seletivo, que, por si só, é inadequado para incidir sobre insumos de utilidade pública, como é o caso dos minérios.