Acaba de ser lançado o Relatório de Indicadores 2024 do Women in Mining Brasil (WIM Brasil) que consolida dados sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) no setor de mineração. Produzido em parceria com a EY, o documento é uma ferramenta que ajuda a traçar um panorama da representatividade feminina e de outras minorias, com destaque para avanços e desafios.
O Relatório de Indicadores 2024 mostra um desenvolvimento significativo em áreas críticas para a promoção da diversidade e inclusão no setor de mineração, como a participação feminina na força de trabalho.
Neste ano, 22% do corpo funcional é composto por mulheres, 1 ponto percentual a mais que o resultado do ano passado, somando um total de 30.744 mulheres ocupando cargos em empresas de mineração em 2024.
Além das ações das empresas de mineração para diversificar seus quadros, o crescimento da representação feminina no quadro de funcionários também foi influenciado pelo aumento do número de empresas que participaram da pesquisa. Em 2023, 34 empresas responderam o questionário enquanto, neste ano, foram 50.
O relatório aponta ainda uma melhoria na retenção de talentos femininos, uma vez que o turnover entre as mulheres se estabeleceu em 17% neste ano, representando uma redução de 5 pontos percentuais quando comparado ao ano passado.
“O monitoramento contínuo é essencial para assegurar que as ações relacionadas à diversidade, equidade e inclusão transcendam agendas corporativas e se tornem valores centrais nas empresas. O setor mineral precisa de mudanças estruturais para garantir ambientes mais inclusivos, diversos e seguros para todos”, afirma a diretora do WIM Brasil, Karen Gatti.
O avanço na equidade salarial também é destaque no levantamento deste ano. Segundo os dados, 64% das empresas monitoravam as diferenças salariais entre gêneros em 2022, número que subiu para 86% em 2024. Além disso, houve também maior adesão a treinamentos e capacitações voltadas para DEI, com foco em temas como vieses inconscientes e liderança inclusiva, com o objetivo de fortalecer a cultura de diversidade nas empresas.
“Essa conquista é importante, pois indica que as empresas estão se esforçando para criar ambientes mais acolhedores e propícios ao desenvolvimento profissional das mulheres”, destaca Karen Gatti.
Sobre os desafios que ainda precisam ser enfrentados, a inclusão de mulheres em posições de liderança e cargos gerenciais continua a ser um obstáculo no seto de mineração. Em 2024, houve uma queda nas promoções femininas, tanto em cargos gerenciais quanto operacionais. No que diz respeito à presença feminina em Conselhos Administrativos, a participação permanece em 11%.
Outro alerta é o uso da licença parental. Apenas 28% das mulheres elegíveis estão aproveitando integralmente o benefício. Além disso, houve uma redução no percentual de empresas com programas de DEI, passando de 97% em 2023 para 94% em 2024, o que reforça a urgência de um compromisso mais robusto e sustentável com essas iniciativas.