Planta enfrenta problemas logísticos e estruturais, que têm afetado as exportações no Pará.

Representantes do governo do Pará e empresas que exportam pelo Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA), se reuniram nesta semana para propor melhorias para a s operações do local. De acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), o aumento de 37,80% das exportações no estado no ano passado contribuiu para que graves problemas viessem à tona.

A principal questão levantada foi a necessidade do aumento da capacidade de operação do porto que, em breve, pode não dar conta da demanda. Ainda segundo a Sedeme, a quebra de equipamentos da empresa Santos Brasil, operadora do porto, gerou problemas graves em janeiro: quatro navios da CMA CGM ficaram fundeados perto do Porto de Vila do Conde, sem poder atracar, e retornaram sem as cargas. Isto gerou prejuízos em cascata para exportadores, importadores, armadores e outros agentes.

Além disso, um navio com fertilizantes e sementes para a safra da soja no Pará, que tem prazo para plantio, aproveitando a chuva, ficou um mês esperando para ser descarregado, o que provocou reclamações e reivindicações, junto à Sedeme, de produtores de Dom Eliseu, Santana do Araguaia, Paragominas e Rondon do Pará.

Soluções

De acordo com o representante da Santos Brasil, concessionária que opera o porto, Thiago Nishi, até o próximo dia 30 de janeiro dois navios médios e um de longo curso vão partir de Belém, normalizando a demanda e eliminando problemas pontuais. Ele ainda salientou que até maio chegarão novas máquinas para melhorar a atuação do porto como um todo.

Outra questão se refere ao espaço do porto, que não comporta todos os containers. Para solucionar este problema, o inspetor-chefe da Alfândega de Belém, Antônio Marcos Lima, sugeriu que, em vez de uma portaria, como é atualmente, se construam outras duas.

“Uma seria deixada apenas para o minério, com seu grande volume de exportações, uma para os containers e outra para os grãos e demais produtos”, afirmou.

O secretário estadual de Transportes, Kléber Menezes, também acrescentou que a Setran tem obras previstas para melhorar todo o processo de transporte de produtos, facilitando as exportações.

“Serão construídos vários elevados e mais de vinte quilômetros de rodovia com destino a Vila do Conde, otimizando, entre outros, o acesso da Alça Viária, Avenida Independência e os Distritos Industriais de Icoaraci e Ananindeua”, informou a Sedeme, por meio de nota. Menezes também anunciou que a rodovia Transalumínio será estadualizada, facilitando o processo de restauração do trecho.

Navio Haidar

Outro problema grave a ser resolvido no porto de Vila do Conde é a retirada da carcaça do navio Haidar, que naufragou em outubro de 2015, quando levava uma carga de cinco mil bois vivos. Todos os animais morreram e óleo e feno se espalharam nas águas, à época, causando grandes prejuízos ambientais.

O navio causa impedimento no berço do porto. Questionado sobre o assunto, o presidente da Companhia Docas do Pará, Parsifal Pontes, argumentou que ainda não há previsão de retirada.

“O Ministério dos Transportes assumiu a remoção, a um custo de R$ 60 milhões e a licitação já foi anunciada. Quando houver a efetiva liberação do dinheiro, a remoção demora entre seis e oito meses”, disse.

Porém, ele afirmou que a liberação não ocorrerá em menos de três anos pois, após a remoção, serão necessárias obras de limpeza, adequação, dragagem entre outras intervenções.

Participaram da reunião o secretário Adnan Demachki, além de representantes das instituições: Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), Associação das Indústrias Exportadores de Madeiras do Estado do Pará (Aimex), Federação da Agricultura (Faepa), Associação Comercial do Pará (ACP), Sindicato dos Operadores Portuários do Estado Pará (Sindopar), Receita Federal e Companhia Docas do Pará (CDP).

Com informações da Sedeme.