Futuro de 5 mil funcionários da Hydro é incerto

Mineração Paragominas. Foto: Hydro/ Divulgação.

Empresa afirma que está em negociação com sindicatos. Ações podem incluir férias coletivas, suspensões temporárias de contratos (empregados permanentes) e rescisão de contratados.

Após o anúncio da suspensão das atividades na quarta-feira (3), a Hydro afirmou que avalia quais serão as medidas a serem tomadas para reduzir os impactos para os cerca de 5 mil funcionários nas unidades de Barcarena e Paragominas, no Pará.

A decisão da paralisação temporária foi tomada após a empresa constatar que a área de depósito de resíduos de bauxita 1 (DRS1) está próxima de atingir a capacidade máxima, devido ao embargo que impede o uso do equipamento filtro prensa, no DRS2. Desde março a Alunorte opera com 50% da produção.

A Hydro, porém, nega que irá demitir todos os colaboradores. De acordo com nota divulgada pela empresa, as ações em negociação com os sindicatos podem incluir férias coletivas, suspensões temporárias de contratos (empregados permanentes) e rescisão de contratados.

“A Alunorte e a Mineração Paragominas utilizam todos os recursos previstos em legislação”, informou.

No Brasil, a Hydro gera cerca de 6 mil empregos, sendo 5 mil só nas duas unidades paraenses. Segundo a empresa, nenhum empregado está em férias coletivas no momento.

A mineradora e a refinaria chegaram a conceder férias coletivas entre março e junho, para cerca de mil empregados, para mitigar os impactos da redução das atividades. Em julho, a Mineração Paragominas precisou suspender temporariamente os contratos de trabalho de 80 empregados e reduzir 175 posições terceirizadas.

Segundo a Hydro, as ações de suspensão das atividades da Alunorte e da Mineração Paragominas foram iniciadas na quarta-feira e que o procedimento para desligamento completo da Alunorte demora entre 30 e 60 dias. O retorno da operação da refinaria, explicou a empresa, irá demandar entre 60 e 90 dias, a partir do momento em que as condições forem favoráveis.

De acordo com a agência de notícias Reuters, o Ministério Público do Trabalho no Pará e no Amapá (PA/AP) afirmou em nota nesta quinta-feira que vem acompanhando a situação referente aos trabalhadores da Hydro.

“No momento, existe um inquérito civil instaurado no órgão voltado a acompanhar as demandas trabalhistas decorrentes da interrupção das atividades da empresa, porém, precisaremos aguardar os desdobramentos do anúncio feito ontem para assim tomar as providências cabíveis a fim de assegurar os direitos dos trabalhadores dispensados”, afirmou.