MG tem três comunidades evacuadas por problemas em barragens

Barragem da mina de Mar Azul, da Vale. Foto: Vale/ Divulgação.

Neste domingo, moradores de São Sebastião das Águas Claras, distrito de Nova Lima (MG), tiveram que sair de suas casas por problemas na avaliação de segurança de barragem da Vale.

Com a evacuação de cerca de 110 pessoas, moradoras do distrito de São Sebastião das Águas Claras, no município de Nova Lima, Minas Gerais tem a terceira comunidade evacuada por risco de rompimento de barragens em pouco mais de uma semana.

No dia 8 de fevereiro, a ArcelorMittal solicitou a evacuação de 200 pessoas em Itatiaiuçu (MG), por risco de rompimento da barragem de rejeitos de Serra Azul. Na madrugada do mesmo dia, cerca de 500 moradores de Barão de Cocais acordaram com sirenes alertando para que eles saíssem imediatamente de casa, devido ao risco de colapso da barragem Sul da mina de Gongo Seco, da Vale.

A terceira comunidade foi evacuada no último sábado (16), também conhecida na região como Macacos. A medida foi só pra as casas que se encontram na mancha de inundação, caso o rompimento ocorra. De acordo com informações do Governo de Minas, a barragem B3 e B4, da Vale, teve o fator de segurança alterado pela empresa contratada para realizar o projeto de descomissionamento da estrutura.

Ela possui laudo de estabilidade, mas, com emissão do alerta e por precaução, o índice passou para o nível de alerta 2. A barragem se encontra na Mina de Mar Azul.
Como medida de precaução, a Polícia Militar, seguindo orientações da Defesa Civil, também interditou os acessos a Macacos pela BR-040 e pela MG-030. Das 110 pessoas que tiveram que sair de suas casas, 42 estão em hotéis e as demais abrigadas com parentes ou outros locais.

Resposta

Em nota, a Vale informou que estão sendo realizadas inspeções na barragem B3 e B4, em regime especial, com a presença de profissionais especializados 24 horas por dia.

“Em decorrência da elaboração do projeto de descaracterização da barragem, foi identificado pela empresa responsável que o modelo geológico-geotécnico poderia ser diferente do atualmente considerado. Até que as divergências entre os modelos sejam sanadas, a Vale optou por acionar o PAEBM (Plano de Ação de Emergência Para Barragens) e manter preventivamente a evacuação da área”, disse, em nota.

A barragem é construída no método a montante, igual as que se romperam em Mariana, em 2015 e em Brumadinho, no dia 25 de janeiro. Segundo a mineradora, ela já estava incluída no plano de descomissionamento de barragens anunciado pela mineradora no fim de janeiro.

Brumadinho

O número de mortos pela tragédia de Brumadinho chegou a 169 neste fim de semana. Outras 141 pessoas permanecem desaparecidas. Nesta segunda (18), as buscas se concentram na usina ITM.

Os trabalhos precisaram ser interrompidos pela manhã, devido à informação captada pelo radar de solo que reportou movimentação do rejeito remanescente na barragem B1. Os trabalhos foram retomados logo que a equipe de geotecnia informou a acomodação do rejeito, retornando ao nível de segurança para a operação.

No total, 257 militares atuam nos trabalhos, com o auxílio de 40 máquinas e seis cães.