Tragédia de Mariana: Maioria dos atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), aguarda finalização das casas em reassentamentos.

O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), completou sete anos no último sábado (05/11). A onda de rejeitos deixou 19 pessoas mortas, destruindo comunidades e o meio ambiente, em especial o Rio Doce, que foi contaminado até a sua foz no Espírito Santo.

O processo criminal, que envolve as mineradoras Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR Recursos Hídricos pelo desastre, ainda está na fase de depoimentos de testemunhas.

Há também uma ação na justiça da Inglaterra, onde a BHP Billiton, acionista da Samarco, tem parte de seu capital. Em julho deste ano, o Tribunal de Apelação em Londres aceitou um pedido da defesa de mais de 200 mil atingidos, entre eles membros da comunidade indígena Krenak, prefeituras, autarquias, empresas e instituições religiosas, para julgar o crime. Em caso de condenação, as indenizações podem chegar a 25 bilhões de libras esterlinas, o equivalente a mais de R$ 140 bilhões.

Atrasos na reparação

A Fundação Renova, criada pelas mineradoras (Vale, BHP e Samarco) para a reparação dos danos, anunciou nos mês passado, que as primeiras famílias serão reassentadas no “novo” Bento Rodrigues no começo de 2023.

Atualmente, 78 casas estão prontas no novo distrito. A previsão da Renova é que outras 121 residências sejam concluídas até o fim deste ano. No total, 196 famílias aguardam o a finalização das obras.

Ainda de acordo com a fundação, em Paracatu de Baixo, 80 famílias decidiram viver no distrito. Há 56 casas em construção e a expectativa é que 47 casas estejam finalizadas em dezembro, com outras nove em construção.

Outras 179 famílias, atingidas pela tragédia, optaram pelo reassentamento familiar, em que as pessoas escolhem uma casa ou um terreno em outro local, fora dos reassentamentos coletivos. De acordo com a Renova, 21 desses casos foram concluídos.

Procurada para falar sobre os sete anos da tragédia de mariana, a Renova afirmou que “o processo de indenização avança com a prioridade que o tema exige”. “Até setembro, a Fundação Renova pagou R$ 11,5 bilhões em indenizações e Auxílios Financeiros Emergenciais (AFEs) para mais de 403,8 mil pessoas”, disse a instituição em nota.

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